Guatemala – ‘Casa Betânia’: um oásis para migrantes

22 setembro 2021

(ANS – San Benito) - “Me encontraste cansado e preso no deserto, entre o cardo e o espinheiro; me deste um pedaço de pão, um copo d'água e um teto para reparar meu sono de peregrino”. Este texto pode exprimir o sentimento de quem chega à "Casa Betânia", obra salesiana que acolhe milhares de pessoas todos os anos.

Crianças, jovens, adultos, grávidas, famílias e até idosos encontram ali um verdadeiro oásis, sete dias por semana. Todos são acolhidos, com a dignidade que qualquer ser humano merece, por um grupo de heróis anônimos que não julgam e não excluem, pois têm um coração misericordioso, atento às palavras de Jesus. “Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram”. (Mateus 25:34,36).

A voluntária Rosa Forlán conta que, nas três semanas em que serviu na “Casa Betânia”, testemunhou o drama vivido por milhares de pessoas e como ali são tratadas. “Um dia o Esteban chegou com os pés gravemente feridos pela longa caminhada, o Matias foi recebido na porta, desidratado, quase morto e foi necessário chamar o médico. Horas depois, chegou Maribel, uma mãe solteira com dois filhos com menos de oito anos, e também Julia, com suas três filhas: a mais velha, de onze anos, tinha feridas em uma das mãos por causa de uma queda durante o caminho para cruzar a fronteira. Também conheci Luís, que chegou junto com Oscar, Lucas e William; diziam estar desempregados e com vontade de trabalhar e melhorar, apesar da baixa escolaridade”, conta.

A estas histórias se somam as de Miguel, Jacinta, Margarita, Juan e as de muitos outros. Todos os dias, a qualquer hora, de segunda a domingo, os voluntários da “Casa Betânia” ouvem histórias de sofrimento e medo, mas também de esperança. Os migrantes que ali chegam, de fato, estão sempre muito cansados ​​e têm o olhar triste, devido às altas temperaturas, à fome e à sede. Quando saem, se despedem sempre com um sorriso agradecido. Na “Casa Betânia” recebem abrigo, alimentação, descanso, assistência psicológica e podem contar com outros serviços.

“Colaborar no restaurante, lavanderia, recepção e no serviço de limpeza me permitiu conhecer uma realidade de que pouco e fala. Os migrantes não procuram um sonho, eles estão passando por uma provação, estão apenas pedindo justiça e compreensão. Mas só é possível compreender 'caminhando com eles', num acompanhamento silencioso e solidário, estando disponíveis para ouvir sem julgar, porque cada pessoa traz consigo um fardo – pesado – , que só ela conhece”, conclui Rosa.

InfoANS

ANS - “Agência iNfo Salesiana” - é um periódico plurissemanal telemático, órgão de comunicação da Congregação Salesiana, inscrito no Registro da Imprensa do Tribunal de Roma, n. 153/2007. 

Este sítio utiliza ‘cookies’ também de terceiros, para melhorar a experiência do usuário e para fins estatísticos. Escorrendo esta página ou clicando em qualquer de seus elementos, aceita o uso dos ‘cookies’. Para saber mais ou negar o consentimento, clique na tecla "Mais informações".