Como todos os migrantes também os filipinos trazem consigo tanto a riqueza da própria fé e cultura, quanto os desafios da evangelização do seu país de origem. Em muitos casos, nas Filipinas eram católicos “de nome”: agora, em terra estrangeira, voltam à prática religiosa, numa como via para reafirmar a sua própria identidade cultural.
Já estou convencido de que a Pastoral para os migrantes filipinos deva cuidar antes de tudo do ‘Primeiro Anúncio’, a fim de purificar algumas formas de religiosidade popular, e despertar um renovado interesse pela Pessoa de Jesus: é que a Fé não pode ser vivida apenas como algo... identificador.
Note-se além disso que enquanto os ‘trabalhadores’ migrantes estão bem radicados em sua cultura – filipina –, os filhos já nascem numa cultura “nova”. Assim, p. ex., quanto ao italiano, é a primeira língua dos nascidos na Itália: as crianças estudam o italiano, falam com os amigos em italiano e consideram a Itália como sua casa. Ainda que seus amigos italianos os considerem “filipinos”, eles não compreendem plenamente a língua ‘filipina’, e veem as Filipinas mais como um lugar de férias do que como a sua pátria. E esta situação de “nomadismo” (‘footloose’) pode causar tensões nessa juveníssima geração.
Entretanto, por sua específica situação de jovens e migrantes, podem também interagir com maior flexibilidade e criatividade com os jovens do país anfitrião, e outrossim com outras culturas. Quando acompanhadas, essas juveníssimas forças se tornam importantes pontes de relacionamento intercultural e uma força de reevangelização, especialmente dos seus coetâneos (também dos do país que os acolhe). E já encontrei-me com filhos de migrantes que se tornaram verdadeiros protagonistas de Pastoral para os imigrados.
A Pastoral para os filhos dos migrantes é um vasto campo que só está a esperar pelos filhos de Dom Bosco!
Fonte: AustraLasia