A educação representa um dilema: se por um lado serve como ferramenta para a mobilidade social ascendente e para o alcance da igualdade social, por outro exige determinados níveis de equidade social para garantir sua qualidade.
O ‘Programa Bolsas de estudo para uma Integração Educativa’ tem como objetivo superar este problema, fornecendo auxílio financeiro a jovens em situação de vulnerabilidade, para que possam continuar seus estudos. Além disso, atribui um tutor a cada aluno, para acompanhá-lo e colaborar com seu desenvolvimento.
Mariel é uma das tutoras. Também trabalha como voluntária na área de apoio escolar da paróquia "São João Bosco e São Domingos Sávio", de Córdoba - frequentada por muitos menores da favela de "El Tropezón".
A bolsa de estudos, segundo ela, é utilizada para a compra de livros, fotocópias, material escolar, além de itens de higiene pessoal, lanche e despesas com transporte de ida e volta para a escola. “A ajuda é um incentivo em vários aspectos, especialmente para os mais velhos. A maior parte das compras é realizada pelas mães, mas as crianças mais velhas se organizam sozinhas com suas compras: elas planejam, calculam e analisam”, relata Mariel.
Este ano, devido à pandemia e ao isolamento forçado, muitas famílias ficaram sem renda e as crianças e jovens precisaram parar de frequentar a escola, destinando o dinheiro da bolsa principalmente à compra de alimentos.
No que diz respeito à sustentabilidade dos estudos, a pandemia e o isolamento geraram grandes dificuldades na realização dos deveres de casa, pois a maioria das crianças conta com celulares e aparelhos relativamente antigos e geralmente compartilhados por 2 ou 4 pessoas, muitas vezes sem acesso à internet, sem contar que muitos deles não sabem lidar com programas como Word, Excel ou Google Drive.
Apesar de tudo, Mariel relembra que "Dom Bosco nos disse para ficar ao lado dos jovens, ouvi-los, aconselhá-los, acompanhá-los". Por isso, ela tem feito tudo o que esteve a seu alcance para que essas crianças possam continuar a estudar. Ela mantém contato telefônico com as famílias, fica atenta aos prazos para o relatório das despesas, fornece a elas as ferramentas necessárias para que possam fazer a lição de casa, e as ajuda. Além disso, ela intercedeu – pessoalmente – junto ao banco para que as crianças pudessem manter os subsídios e despesas, pedindo-lhes que levassem em conta a conjuntura atual.
Tudo isso fala de compromisso e amor excepcionais!