“Se queremos ver aquela grande Nigéria com que todos sonhamos, nós, salesianos, devemos fazer mais, no sentido de conscientizar e formar criticamente nossos jovens para que se comprometam, de forma ativa e positiva, com a política”, disse o P. Ekugbah Chikezie SDB, salesiano nigeriano que participou do momento de oração e solidariedade.
De acordo com a Agência Fides, o motivo dos últimos acontecimentos e protestos sangrentos foi o assassinato de um jovem nigeriano pelo "Esquadrão Especial Anti-Roubo" (SARS), registrado num vídeo que viralizou nas redes sociais nigerianas no início de outubro. A unidade policial da SARS acumula episódios de abusos frequentemente constatados e já era particularmente indigesta para grande parte da população.
Assim, os manifestantes que estavam usando a hashtag #EndSARS nas redes sociais foram às ruas, exigindo que a unidade especial fosse dissolvida e solicitando a reforma profunda da polícia, o processo aos oficiais responsáveis pela morte dos nigerianos desarmados e uma indenização às famílias das vítimas.
Mas as demandas dos manifestantes rapidamente se estenderam e se tornaram amplas críticas à corrupção, incompetência e impunidade do governo, enquanto os abusos dos direitos humanos e o mal-estar econômico continuam na Nigéria.
Em resposta aos protestos, a SARs foi dissolvida pelo governo, mas no dia 13 de outubro o chefe da polícia nigeriana anunciou a formação de uma nova unidade policial, a "Special Weapons and Tactics" (SWAT), que deverá assumir as operações da SARS. Para muitos, no entanto, trata-se apenas uma mudança de nome da antiga unidade, portanto as manifestações continuam e, em muitos estados da federação nigeriana, foi decretado o toque de recolher.
O Papa Francisco, após o Angelus de domingo, 25 de outubro, também expressou sua preocupação com a situação na Nigéria. “Acompanho com particular preocupação as notícias provenientes da Nigéria. Rezemos a Deus para que todas as formas de violência sejam sempre evitadas na busca constante da harmonia social através da promoção da justiça e do bem comum”, disse o Pontífice.
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