Para mim o feito surgiu do pedido de colaboração voluntária à reestruturação do Museu Mariano, progressivamente enriquecido por novos elementos, nos espaços subterrâneos da Basílica de Maria Auxiliadora”. O pedido lhe chegava do então Reitor, P. Cristian Besso, de acordo com o Reitor-Mor dos Salesianos, P. Ángel Fernández Artime. Tratava-se de elencar e catalogar “milhares e milhares de peças, desde ícones até um afresco do ‘300; de textos escritos até mesmo a confeitos, ou caramelos, envoltos em santinhos, ali colocados com afeto, mas sem qualquer critério museológico” – nos explica a especialista. Recolhido e restaurado quanto emergia também de cantos menos visitados, o trabalho dirigido por De Vita e em grande parte feito por ela mesma, consistiu em identificar, fotografar, embalar cada objeto segundo os cânones específicos, colocando-o a seguir num depósito-arquivo, à espera do próprio destino.
A passagem do Museu Mariano aos Aposentos ("Camerette") de Dom Bosco, distantes poucas dezenas de metros, ganhou relevo e qualidade. “Provei um envolvimento emotivo intensíssimo – confia De Vita – quando me coube continuar sozinha, ficando frente a frente com os objetos: abrir as vitrinas e tomar em minhas mãos quanto passara pelas mãos de Dom Bosco... foi um envolvimento realmente intenso” – sublinha.
Participei de muitas reuniões com P. Fernández Artime e com a Comissão Especial por ele instituída. “No primeiro encontro com o Reitor-Mor pude realmente compreender o alcance da tarefa”. Numa realidade como Valdocco – “uma casa gigante, mas em que nada fica inobservado” – desenvolveu o seu mandato trabalhando quase sempre como única mulher entre os muitos homens. “Sempre em nível de igualdade, numa relação que posso definir horizontal – prossegue – , pensei na figura de Mamãe Margarida, também ela em meio a tantos homens, muitos deles sacerdotes, entretanto sempre mui ativa e autorizada, sem nenhum complexo de inferioridade, sendo, para além disso, a Mãe de João Bosco… Foi inspirando-me exatamente nela que fui para a frente sem deixar-me espantar pelo empreendimento, sentindo-me autorizada a continuar no seu espírito, acompanhando a ação dos Salesianos”.
Laureada pela ‘Sapienza’, de Roma, em História da Arte e depois pela ’Benincasa’, de Nápoles, em Museologia, conheceu os salesianos em Roma, durante um serviço educativo de aproximar os jovens migrantes da Arte.
Por isso diz hoje: “Encontrei-me com a figura do Santo dos Jovens como adulta, e a senti como exemplo para transmitir amor aos mais pequenos. Disse a mim mesma: ‘Veja como Dom Bosco toma conta dos meninos. Faça-o também Você!’. E assim, eis-me aqui. O Museu será uma casa na qual acolheremos os jovens a partir de atividades, de laboratórios: e juntos acharemos Fé, espiritualidade, arte, cultura”.
