RMG – Sou salesiano porque Deus me pôs no caminho os Filhos de Dom Bosco

(ANS – Roma) – O P. Alphonse Owoudou, 51 anos, originário de Camarões, eleito pelo CG28 novo Conselheiro para a Região África-Madagascar, é o entrevistado de hoje pela Agência ANS.

Que o levou a fazer-se salesiano?

Sou salesiano porque Deus me pôs no caminho os Filhos de Dom Bosco, missionários vindos da Inspetoria Lígure-Toscana, em Ebolowa (Camarões, África). Mas também graças à minha família cristã – pais, irmãos e irmãs com que Deus me rodeou – ; e à mediação: de um confessor e diretor espiritual, P. João Bocchi; de um jovem sacerdote fascinado pelos jovens de nome Alcide Baggio; e de outras testemunhas segundo o jeito de Dom Bosco. Apenas os vi, ainda no seminário diocesano, tudo se deu como em cenografia traçada pelo próprio Senhor. O noviciado de Lomé, sob o olhar do P. César – cujo sangue foi derramado no ano passado pela África – ; os anos de formação na Região e na Universidade Pontifícia Salesiana (UPS), de Roma; a linda experiência de perto de 8 anos como membro da Equipe de formação em Lomé onde também fui formado; e, nos últimos cinco anos, antes como Vigário, depois como Inspetor em minha Visitadoria de origem, a África Tropical Equatorial (ATE). Uma soberba aventura e ao mesmo tempo uma linda escola, interrompida no seu terceiro ano pela surpresa que me reservava um inesquecível CG28.

Que leva consigo da experiência do CG28?

O CG28 me deixou um profundo respeito pela nossa Congregação que acaba de demonstrar grande determinação, realismo, lealdade. Deixei o CG28 com o orgulho de ter identificado entre os meus irmãos capitulares a convicção de que Deus quer tocar mais os nossos corações através de uma formação que não seja somente informação mas sobretudo transformação do coração. Levo comigo a lição de humildade: de não pretender mais com os meus irmãos e a CEP de completar o trabalho, visto que no fundo a colheita cabe a Deus, e cada qual o deixa com o “respeito” que requer um trabalho incompleto, de modo que a aventura com Deus continue, com outros ontem, conosco hoje, com os mais jovens amanhã. O CG28 me permitiu ouvir os jovens convidados, que nos pediam ajuda e uma declaração de amor. Finalmente levo comigo uma nova visão do ditado segundo o qual «O homem propõe e Deus dispõe”. Vim ao CG28 como Superior de uma jovem Visitadoria e portador de uma das treze circunscrições na África. Mas todas as cartas foram remisturadas naquele famoso dia 13 de março de 2020.

Nestas primeiras semanas, marcadas, além do mais, pelas restrições advindas do Covid-19, o que pôde ver, conhecer, aprender do novo encargo? Que espera do futuro?

Quando cheguei à Sede Central, ao ‘Sacro Cuore', fiquei impressionado pela fraternidade existente entre Reitor-Mor e membros do Conselho Geral, fraternidade que não dispensa uma grande exigência de qualidade no trabalho, de rendimento e precisão, de pontualidade e colegialidade. Foi assim que fui aprendendo durante o ‘stage’ das primeiras semanas: pude contar com a proximidade do P. Chaquisse, dos membros do velho ou novo Conselho, ou de outros coirmãos para dar-me assistência. Mais: o Vade-mécum (a seguir chamado Diretório) para o Conselho Geral, revisto em conjunto, linha por linha, setor por setor, se me tornou um instrumento indispensável para compreender o serviço que me espera, além do entrosamento com o Reitor-Mor, os outros Conselheiros e os Inspetores. Estas semanas foram um período de extraordinária colaboração entre nós, dentro do Conselho, com a Secretaria e com os Inspetores da Região e suas Secretarias. Espero por duas coisas por ora: que a situação pós-pandemia permita trabalhar, que para um Regional com frequência significa viajar e comunicar-se; espero continuar a aprender e servir de ligação, porque este é o primeiro dos deveres de um Conselheiro Regional, segundo o art. 140 das Constituições.

Que sonha para a Região nestes seis anos?

Espera-nos um primeiro desafio urgente, o de continuar a reestruturação da sub-região ocidental (AFO/AFW), mas Deus poderia indicar-nos fazer a mesma coisa também para a parte da Tanzânia, do Sudão ou de Goma RDC. Em segundo lugar, poder alcançar uma maior adequação das nossas escolas e das nossas ofertas de formação às necessidades da Sociedade e da Igreja. Com «DB Tech» promoveremos notavelmente esta opção decisiva. O mesmo desafio pode referir-se à passagem, requerida pelo Quadro de Referência, de uma dimensão simplesmente catequética da nossa pastoral para a dimensão de uma verdadeira educação à Fé empenhada. Por fim, pensando nas casas de formação e nos recursos humanos, acolho com favor o elã iniciado pelos meus ilustres predecessores para uma solidariedade maior entre as circunscrições da Região, mas também no intercâmbio com toda a Congregação.

InfoANS

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