Este agente infeccioso, antes desconhecido, tem causado problemas de saúde pública em todo o mundo. Vimos, e continuamos a ver, milhares de caixões sendo levados aos cemitérios e crematórios, acompanhados por poucas pessoas. Os Mortos nunca são números. São Pessoas e têm nomes, biografias, famílias. São filhos de Deus. Tudo isso é assustador. A civilização e nossa própria existência estão desmoronando como um castelo de cartas.
“Há já semanas que densas trevas se apoderaram de nossas vidas... Revemo-nos temerosos, perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada, furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados" – resumiu bem o Papa Francisco.
O Covid-19 evidencia nossa vulnerabilidade e coloca-nos em situações extremas: doença, dor, fracasso, morte. Da mesma forma, o medo evidencia nosso egoísmo, em maior ou menor grau. Estoque de produtos, aumento de preços, demissão de trabalhadores, exposição irresponsável ao contágio. O coronavírus não somente nos infectou: também nos fechou perante os outros.
O isolamento social obrigou-nos a realizar muitas atividades remotas, atividades profissionais online, bem como processos de aprendizado de escolas e universidades em e-learning.
"Não tenho medo de ficar doente. De que, então...? De tudo aquilo que o contágio pode mudar. De descobrir que o alicerce da civilização que conheço é um castelo de cartas. Tenho medo da anulação, mas também do seu oposto: que o medo passe sem deixar para trás uma mudança" – escreve Paolo Giordano em seu último livro “No contágio”.
Deus não envia sofrimento ao mundo. Acreditar nisso seria assumir que ele pode evitá-lo e não o faz. Seguindo as palavras do teólogo franciscano Michael Patrick Moore, Deus está presente, sofrendo e também salvando. Ele sofre com dor e angústia por nosso egoísmo, discriminação, falta de empatia diante da dor dos outros, arrogância e irresponsabilidade. Ele salva por meio daqueles que arriscam suas vidas para que outros possam viver.
O Deus a quem tão frequentemente nos voltamos não nos abandona, porque Ele não é somente o Deus da vida: Ele é o DEUS NA VIDA. Apenas precisamos saber como reconhecê-LO na vida e, agora, nesta pandemia.
Claudio Jorquera, Liza Muñoz, Gustavo Cano e Lorena Jiménez.