Haiti – Informação e prevenção contra o COVID-19

01 abril 2020

(ANS – Porto Príncipe) – Com 16 casos registrados em todo o país, o coronavírus também chegou ao Haiti. Embora os números até agora sejam pequenos, o medo é tangível, devido às fraquezas estruturais que o país enfrenta há anos. A Fundação Rinaldi, Escritório de Planejamento e Desenvolvimento salesiano do Haiti (HAI), começou imediatamente as operações de prevenção e informação contra possíveis contágios.

O Haiti está entre os países mais pobres do continente americano e possui pouquíssimos recursos para enfrentar a emergência sanitária do coronavírus. O país vive em emergência sanitária "permanente", uma vez que não possui, de fato, um sistema nacional de saúde. Os verdadeiros centros de saúde são as clínicas das ONGs e da Igreja.

Desde 19 de março, o Presidente declarou estado de emergência sanitária em todo o país, decretando as medidas clássicas de prevenção da epidemia do COVID-19; o fechamento de escolas e igrejas, proibição de reuniões, restrições à circulação, incentivo às práticas de higiene e saúde pública, entre outras. Todavia, a maior parte da população não consegue respeitar as medidas: “Não há água limpa em nenhum lugar para lavar as mãos da maneira pedida; não há eletricidade nas casas (nem mesmo nos hospitais...). Muitas pessoas vivem nas ruas, por isso é muito difícil confinar-se em algum lugar", relatou, à Agência Fides, um redentorista missionário.

Assim que chegou a notícia do vírus, a Fundação Rinaldi convocou uma reunião de emergência com seus colaboradores, tomando o cuidado de manter as distâncias de segurança entre todos, para proceder a medidas extraordinárias relativamente à gestão da equipe. A Fundação também entrou em contato com todas as comunidades, com o objetivo de conscientizá-las sobre como lidar com a situação, fornecendo sugestões operacionais, indicações para a colocação de pontos de água nas obras, e boas práticas para a vida comunitária, entre outras.

Ao mesmo tempo, lançou uma campanha de conscientização na página da Fundação, no Facebook: as mensagens são simples, com imagens explicativas e texto em crioulo (a língua que todos os haitianos falam e entendem muito bem).

Por fim, foram colocados, em todas as comunidades salesianas, baldes com água e cloro para que os poucos visitantes possam lavar bem as mãos. Em alguns locais, foi colocado um recipiente próximo à entrada principal das comunidades, para facilitar o lavamento das mãos aos passantes, com mensagens que convidam a proteger-se do coronavírus.

“As pessoas em nosso derredor já estavam sofrendo; uma grande maioria precisa sair de casa diariamente para ganhar o seu pão de cada dia. Pedir que a maioria fique em casa, para evitar a propagação do vírus, os exporá a mais um desafio: ao de achar comida. Chega-se a cogitar que algumas pessoas irão morrer, não de coronavírus, mas de... fome. Por esse motivo, estamos avaliando se será possível encontrar meios de distribuir entre eles não apenas ‘kits’ sanitários (máscaras, luvas, sabonetes, desinfetantes, cloro, álcool...) mas outrossim cestas básicas de alimentos (arroz, feijão, macarrão, óleo, leite... )” – conclui, por fim, a Fundação Rinaldi.

InfoANS

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