O Papa Francisco, na homilia da Cerimônia do Sexto Consistório Público Ordinário para a criação de novos cardeais, refletiu acerca da compaixão de Jesus, como palavra-chave do Evangelho: “Não é uma atitude ocasional e esporádica, mas é constante; mais: parece ser a atitude do seu coração, no qual encarnou a misericórdia de Deus”. Após a reflexão, se dirigiu aos novos Cardeais de forma particular: “Estará viva em vós esta consciência, de terem sido e serem sempre precedidos e acompanhados por sua misericórdia?”. Essa consciência era o estado permanente do coração imaculado da Virgem Maria, que louvava a Deus como "seu Salvador", que "considerava a humildade de sua serva" (Lc 1,8).
O Cardeal Cristóbal continua o mesmo: simples, gentil, próximo e, acima de tudo, um homem sereno, porque sabe que Deus é quem conduz a sua pequena diocese de Rabat. De fato, quando perguntado "Por que acha que o Papa o elegeu cardeal?", responde: "Estou convencido de que esta decisão não diz respeito a mim, mas representa um grande gesto de consideração do Papa pela Igreja do Marrocos e por todo o Magrebe. O Papa quis tornar visíveis essas realidades eclesiásticas, antes quase invisíveis. E também promover o diálogo inter-religioso, especialmente o diálogo islâmico-cristão, além de atuar em favor dos migrantes".
Por outro lado, a nomeação de minha pessoa "pode também ser considerada um sinal de gratidão do Papa ao rei Mohammed VI e por três razões: a recepção que teve durante sua visita em março passado; a prática e disseminação de um Islã moderado, equilibrado e aberto; a atenção dada aos que são forçados a emigrar” – destacou o Neocardeal.
Presentes à Cerimônia do Consistório Público Ordinário para a criação de novos cardeais: o P. Ángel Fernández Artime, Reitor-Mor dos Salesianos de Dom Bosco; um grupo de Salesianos da Espanha, Itália, Paraguai, mais Amigos e Familiares; Autoridades marroquinas, inclusive o Ministro do Interior e o Premier Islâmico do Marrocos; a Ebaixatriz do Marrocos junto à Santa Sé, Rajae Naji El Mekkaoui; uma Delegação do Comitê Ecumênico da Igreja; e a Delegação Oficial da Igreja do Marrocos.
O desejo do Cardeal é que “a Fé não seja mais uma das causas das tensões mundiais, mas se torne a solução para esses problemas. Somos chamados a propagar os olhares da fraternidade. Unidos entre nós, devemos semear reconciliação e justiça, a fim de que a Humanidade se torne uma grande Família”.