Tailândia – “Vozes” - Uma sinfonia de esperança na Região Ásia Leste-Oceânia

20 setembro 2023

(ANS – Hua Hin) – O projeto «Voices» foi aberto, na Tailândia, ontem, 19 de setembro de 2023, no Centro de retiros de Hua Hin, com a participação dos Delegados para a Comunicação Social (CS) e dos Representantes dos jovens de toda a Ásia Leste-Oceânia. Os jovens partilharam suas histórias e experiências – por meio de palestras ao vivo ou de vídeos pré-gravados – sobre dependência digital, dependência de substâncias, violência, crime e opressão, alterações climáticas, ambiente e populações indígenas.

O dia começou na Missa celebrada pelo Inspetor da Tailândia, P. Boonlert Paneetatthayasai Anthony, que exortou a participar do programa ‘Voices’, vendo, ouvindo, sentindo e agindo - como Jesus.

Em seguida, o P. Harris Pakkam, do Setor de Comunicação Social, de Roma, explicou aos participantes os pedidos identificados por seu Setor, os quais convidam a responder de forma concreta aos problemas atuais: " 'Voices' é uma plataforma única, que visa ouvir e dar voz a quem não tem voz, acompanhando e fortalecendo essas pessoas em suas lutas, para que suas vozes sejam ouvidas, a consciência criada e a esperança desejada seja, finalmente, alcançada”, disse.

Logo depois, o principal convidado do dia, P. George Plathottam SDB, Secretário executivo da «Secretaria de Comunicação Social da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas e Consultor do Dicastério para a Comunicação de Roma», lembrou aos salesianos o papel da comunicação em propor ações decisivas, e a necessidade de perpetuar a presença positiva do salesiano nas realidades juvenis.

Os delegados dos jovens identificaram, então, a realidade da conectividade onipresente, que pode levar alguns a fugir da realidade quotidiana, a se refugiar no mundo digital em busca de validação: uma fuga, relataram, determinada pela falta de relacionamentos significativos e pela insatisfação com a vida. Os jovens querem ser conhecidos, compreendidos e amados como são; mas o uso disfuncional ou o abuso de dispositivos pode levar a problemas de saúde física e mental nesta fase da vida. Por esta razão, os jovens observaram que o problema existe e é por meio da regulamentação, da educação, da gestão do tempo e do estabelecimento de objetivos - e não da mera proibição - que os jovens podem ser ajudados.

Dois jovens partilharam as suas histórias de comportamento de risco, amplificado pela disfunção familiar, o que levou ao vício de substâncias. Entretanto, foi na mesma rede de relações que encontraram apoio e ajuda, ainda que por vezes tenham sido forçados a entrar em fase de reabilitação. Eles perceberam as oportunidades perdidas devido ao vício, ao ciclo negativo; e a necessidade de mudar para seguir em frente.

Graças a uma segunda oportunidade na vida, foi possível constatar que jovens que fizeram escolhas erradas ainda podem mudar e recuperar-se. Por isso, jovens com histórico de toxicodependência expuseram as suas histórias e as suas lutas. Eles merecem ser ouvidos, porque sempre se podem refazer.

A realidade das alterações climáticas foi outro tema abordado pelos jovens da região AEO. Eles demonstraram sua preocupação pelo futuro da Casa Comum; e reconhecem que a exploração imprudente dos recursos naturais a coloca em perigo. Compreenderam que “não podem fazer todo o bem que o mundo precisa, mas que o mundo precisa de todo o bem que eles puderem fazer”. Os jovens da região partilharam suas iniciativas para diminuir as alterações climáticas. No meio da exploração ambiental, são muitas vezes os marginalizados, especialmente os povos indígenas, que sofrem, não apenas a perda do seu ambiente natural mas também da sua cultura, da sua língua, do seu modo de viver. Eles lutam, portanto, por um futuro sustentável e pela garantia dos direitos à terra, das tradições e das identidades locais.

Desde a luta pela liberdade em Mianmar, às guerras entre gangues em Timor-Leste; do abuso e opressão em Papua-Nova Guiné à violência e à criminalidade generalizada…, há ainda muito outro problema a afetar a Região AEO e os Jovens.

Graças às apresentações e interações realizadas, os jovens delegados compreenderam que estes são apenas sintomas de problemas mais profundos da sociedade e da desintegração global da humanidade; que a paz merece uma oportunidade; que a violência gera violência; portanto devem ser corajosos o suficiente para agir nas coisas que importam; que a criação de espaços seguros permite que as feridas cicatrizem...

O P. Gildasio Mendes SDB, Conselheiro Geral para a CS, conectou-se remotamente para parabenizar os jovens que tiveram a coragem de se manifestar e compartilhar suas histórias. Os próprios jovens, por sua vez, agradeceram aos Salesianos por lhes terem dado voz e possibilidade de se fazer ouvir. A conferência terminou com palavras de agradecimento, partilha de sinais de agradecimento, entrega de certificados de participação e um momento de ágape fraterno.

Os organizadores de Voices, também expressaram gratidão à Inspetoria anfitriã e ao P. Depharat Pitisant SDB, Ex-Inspetor e atual Diretor do Centro de Retiros de Hua Hin, pela hospitalidade e cuidado oferecidos a todos os Delegados e Participantes.

‘Voices’ é o projeto inovador promovido pelo Setor de Comunicação Social da Congregação Salesiana, sob a guia do P. Gildasio Mendes, para ouvir e amplificar os gritos silenciosos e inaudíveis dos jovens, e responder, como Setor, proporcionando a esses jovens a plataforma, o apoio e o acompanhamento de que necessitam. O projeto se inspira nos apelos lançados pelo Papa Francisco, por meio do Pacto Global pela Educação e pelo Sínodo sobre a Sinodalidade, e pelas linhas programáticas identificadas pelo Reitor-Mor, P. Ángel Fernández Artime, no final do Capítulo Geral 28.

InfoANS

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