No início da tarde, os participantes do seminário saíram como peregrinos para acompanhar os santos e, aproveitando das infinitas possibilidades que os Lugares de Valdocco têm de “falar” aos homens e mulheres de hoje, puderam descobrir, ou redescobrir, diversas dimensões da ‘santidade salesiana’.
Na Capela das Relíquias, eles viram em primeira mão os restos mortais daqueles que viveram o Evangelho ‘sine glossa’ e analisaram os pátios da Casa-Mãe Salesiana como lugares de santificação diária; na Igreja de São Francisco de Sales exploraram a riqueza espiritual que marcou o ‘primeiro’ Oratório de Dom Bosco; na Capela das FMA sentiram o perfume que o toque feminino acrescentou ao carisma salesiano; na Capela da Basílica de Maria Auxiliadora remontaram à raiz batismal de toda santidade, comemorando o fogo missionário da FS diante do púlpito da basílica, de onde Dom Bosco abençoou a Primeira Expedição Missionária. Ao olhar para a imagem do Sagrado Coração, compreenderam como Jesus e a Auxiliadora continuam a convidar, ainda hoje, a cumprir grandes obras. Por fim, na oração conclusiva diante dos restos mortais de Dom Bosco, celebraram a grandeza de Deus que concedeu tantas graças por meio do humilde menino dos Becchi.
A palestra da Ir. Caggiano FMA – também animadora principal dos momentos de oração e das liturgias – focalizou, na discussão, os elementos da fama de santidade e dos sinais. “A fama, quando autêntica, é um como ímã: atrai por si só, orienta para a santidade, faz ressurgir, no coração humano, os vestígios empoeirados da sua semelhança com Deus e da sua tendência a Ele”, observou.
Ela também lembrou que ‘a busca da santidade dos outros’ não pode existir sem um caminho pessoal de busca da santidade: caso contrário, sem o sopro do Espírito, o postulador (ou vice) se tornaria um especialista em questões “jurídicas”, em vez de ser um “pneumatóforo” (portador do Espírito Santo).
Mais adiante, deu exemplos de casos evidentes na FS: a fama de santidade de Felice Canelli, sacerdote diocesano e Cooperador Salesiano, atestada por numerosos documentos de naturezas diversas; a de Rosetta Marchese, VII Geral do Instituto das FMA, cuja reputação de santidade encontrou novo vigor na confirmação da sua profunda união espiritual com Jesus Eucaristia; e a do P. Silvio Galli SDB, cujo pedido de início da Causa veio de todo um Povo de Deus, que reportou mais de 10 mil graças, orações, favores e pedidos.
A religiosa salesiana destacou, por fim, os desafios atuais na busca de uma fama de santidade, que se encontra, antes de tudo, no olhar horizontal e desprovido de transcendência que caracteriza muitas sociedades modernas. Longe de cair no pessimismo vazio, a Ir. Caggiano exortou-nos a responder a este clima cultural com renovada atenção às graças que Deus continua a operar na indiferença de muitos, e renovou o convite a valer-se da genuinidade da própria espiritualidade, para saber transmitir aos homens e às mulheres de hoje aquela “nostalgia de Deus” que ainda é capaz de conquistar as almas.
Uma tarde tão cheia de estímulos exigiu dois momentos de elaboração de conteúdos: primeiro em pequenos grupos e depois em partilha plenária.
A visita noturna ao Museu Casa Dom Bosco concluiu o arco deste segundo dia na “Roda dos Santos”.
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