De seguida, voltou a fazer-se à estrada para o próximo compromisso: uma visita ao Centro Social Paroquial de São Vicente de Paulo, no bairro da Serafina. Ali foi acolhido com muito entusiasmo pelos moradores que, vendo-se impossibilitados de entrar na paróquia, recorreram às ruas para ver de perto o Santo Padre.
No auditório da Paróquia, o Papa reuniu-se com duas associações que prestam serviço de apoio social nos bairros da Serafina e da Liberdade: a Ajuda de Berço e a Acreditar. Numa primeira intervenção, o Pároco Francisco Crespo agradeceu ao Papa Francisco por sua visita à Paróquia: - “Queremos manifestar-lhe o nosso profundo agradecimento pela honra que nos reservou com sua visita. Este gesto enche-nos de grande alegria e anima-nos a fazer sempre mais e melhor por aqueles que precisam de apoio e do amor de Cristo”.
A fala de Francisco focou no apelo à união e à ação concreta de ajuda aos que mais precisam; e ficou marcada por uma quebra no discurso que estava previsto e um momento de “improviso”, ao ter acusado dificuldades de leitura:
“Apenas gostaria de dizer algo que não está aqui escrito, mas que está no espírito. O concreto. Não existe amor abstrato, só amor concreto. O amor platônico está em... órbita, não na realidade. O amor concreto é aquele que suja as mãos. E podes perguntar-nos: e o amor que eu sinto por todos? É concreto ou abstrato? Quando dou a mão a um necessitado, a um doente, a um marginal, eu depois posso dar a mão a outras pessoas e, sem medo de contágio, tenho nojo da pobreza? Estou sempre a procurar uma vida limpa, destilada, essa que existe na minha fantasia, mas que não é real? Quantas vidas destiladas e inúteis, que vivem sem deixar marca, porque a vida destilada não tem peso?” - disse.
Antes de deixar o bairro da Serafina, visitou a Igreja da Paróquia, onde pôde saudar quem se encontrava à sua espera.
De volta à Nunciatura Apostólica, o Papa Francisco reuniu-se com Zuhair Alharti, Secretário-Geral do Centro de Diálogo Internacional – KAICIID, sendo este um encontro que converge para a ação constante de Francisco em promover o diálogo inter-religioso. Após o encontro, teve a oportunidade de almoçar com alguns jovens peregrinos. Quem lá esteve afirma que a conversa com o Santo Padre sobre os problemas dos jovens foi “tranquila” e “bem-humorada”.
Já durante a tarde, voltou a reunir-se com alguns líderes religiosos, antes de sair da Nunciatura para participar da Via-Sacra, último evento central, realizado na Colina do Encontro, no Parque Eduardo VII.