RMG – Os novos mártires
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13 janeiro 2017

(ANS – Roma) – A cada ano 100.000 cristãos são assassinados por causa da sua fé. São 273 por dia, 11 por hora. O cristianismo é a religião mais perseguida no mundo, tanto que 80% de todos os atos de discriminação que se perpetram no mundo voltam-se contra os cristãos. É um genocídio que nos coloca diante do mistério pelo qual tantos Cristãos no Ocidente têm dificuldade em viver aquilo pelo que muitos Cristãos estão dispostos a morrer nos países do Oriente Médio.

Diante dessas mortes, a atitude geral dos colunistas é frequentemente semelhante a de quem, observando as notícias de um cristão morto hoje na Síria, outro amanhã no Iraque, outro depois de amanhã na Nigéria, enxuga as lágrimas sem muita convicção, pensando: “mas, o que fazer... na guerra há muita gente que morre, e quando se está em guerra, entre os muitos que morrem, também há certamente alguns cristãos”.

Ainda haverá cristãos no Oriente Médio no terceiro milênio?

Rupert Shortt, jornalista e escritor inglês muito conhecido, fala num livro recente de “Cristianofobia”. Ele faz uma viagem pela perseguição dos cristãos, “uma fé sob ataque”. “Há o altíssimo risco de as Igrejas desaparecerem das terras bíblicas”, escreve Shortt. Os números são impressionantes, uma sentença. Os cristãos constituíam 95% da população do oriente médio no sétimo século, 20% em 1945, 6% em 2016 e se prevê que em 2020 diminuirão ainda mais. “Haverá ainda cristãos no Oriente Médio no terceiro milênio?”, perguntava-se o diplomata francês Jean-Pierre Valognes no livro “Vie et mort des chrétiens d’Orient”, publicado em 1994. Não, segundo Shortt.

O exílio, a alienação e a estranheza destes cristãos do Oriente, penhor da mais antiga memória cristã do mundo, é presentado pelo funeral dos três cristãos assassinados em Malatya, Turquia, um alemão e dois turcos, amarrados e degolados em 2007 só porque imprimiam Bíblias. O funeral foi na igreja Batista de Buca, na total indiferença da população.

A fé de Myriam, menina iraquiana em fuga dos fundamentalistas

Myriam é uma menina que foi obrigada a deixar com a família a sua cidade para fugir dos milicianos; agora vive no Curdistão.

Entrevistador: “O que sente diante dos que a obrigaram a deixar a própria casa?”.

Myriam: “Não quero fazer-lhes nada, só peço a Deus que os perdoe”.

Entrevistador: “E você, também pode perdoá-los?”.

Myriam: “Sim”.

Entrevistador: “No entanto, é difícil perdoar quem nos fez sofrer”.

Myriam: “Eu não os quero matar, porque deveria? Às vezes, eu choro porque deixamos a nossa casa, mas não estou com raiva de Deus, agradeço-lhe porque pensa em nós”.

Myriam disse essas coisas a um jornalista da emissora cristã de língua árabe SAT-7, quando tinha apenas 10 anos.

A entrevista completa está disponível, com legendas em espanhol aqui:

Fonte: Bollettino Salesiano

InfoANS

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